Análise: Pokémon Legends: Z-A – Um passo ousado para a franquia, com altos e baixos

Quando soube do anúncio de Pokémon Legends: Z-A, meu incômodo foi ao mesmo tempo de empolgação: a franquia precisava sacudir sua fórmula tradicional, e o spin-off Legends: Arceus era um indício de que esse caminho de inovação podia funcionar. Agora que joguei Z-A, posso dizer que ele cumpre parte dessa promessa, embora com alguns sacrifícios.

Ambientação e narrativa

Z-A se passa em Lumiose City, uma cidade que já conhecemos da região de Kalos, em Pokémon X & Y, mas que aqui recebe um novo olhar. A estética remete fortemente a Paris, ruas iluminadas, cafés, lojas, monumentos, arquitetura urbana misturada com toques clássicos da franquia. Há charme, há familiaridade, mas também uma sensação de limitação: Lumiose é enorme, com muitos pontos de interesse, mas mantém-se essencialmente uma cidade. Isso traz coesão, evita dispersão, mas também gera repetição visual e sensação de falta de variedade de ambientes conforme o jogo avança.

Quanto à narrativa, o jogo amplia a mitologia de Mega Evoluções, Rogue Mega Pokémon e coloca o jogador em uma situação em que as ações têm peso mais evidente: há torneios, desafios noturnos, ranking, impactos no mundo urbano. Os personagens secundários são carismáticos, embora nem sempre profundos. A história em si não é inovadora no sentido de reviravoltas dramáticas, mas funciona bem para criar motivação para explorar, capturar, batalhar e progredir.


Jogabilidade e combate

Este é o ponto mais forte de Legends: Z-A. O combate sai do sistema puro por turnos e incorpora elementos em tempo real: movimentação livre, esquivas, cooldowns para habilidades, comandos de ataque mapeados em botões específicos. Isso confere dinamismo, exige reflexos e estratégia situacional. Jogar com o Pokémon parceiro enquanto você controla o treinador torna o combate mais envolvente.

Também retorna com destaque a Mega Evolução, agora com uma mecânica mais flexível, não mais limitada como em versões antigas. Novos modos como o Z-A Royale e desafios noturnos reforçam o senso de risco / recompensa, ampliando o que o jogador pode fazer além da história principal.

Aspectos técnicos e performance

Em apostas de modernização, Z-A acerta em muitos pontos, mas escorrega em outros. A performance no Switch 2 é sólida: taxas de quadros estáveis, pouca queda perceptível, tempos de carregamento aceitáveis. Isso ajuda bastante a manter imersão.

Porém, visualmente, o jogo deixa a desejar em comparação ao que se esperaria de um título de ponta em 2025. Texturas em baixa resolução ainda aparecem em certos ângulos, efeitos visuais que poderiam ser mais caprichados, sombras e iluminação que carecem de refinamento, especialmente em ambientes abertos ou detalhados. A ausência de dublagens (ao menos em português) também pesa, principalmente para jogadores que valorizam imersão narrativa. A localização no Brasil, o menu/legendas ou voz, continua sendo um ponto fraco da franquia.

Prós e contras

Prós:

  • Sistema de combate renovado e fluido, que traz ação sem perder estratégia.
  • Lumiose City bem aproveitada como cenário central, com densidade de conteúdo: side-quests, interações, exploração vertical.
  • Retorno relevante de Mega Evoluções e novas mecânicas que justificam o spin-off.
  • Interface e menus bem trabalhados, responsividade boa, fluidez em Switch 2.

Contras:

  • Variedade de ambientes limitada: cidade é composta, mas pode cansar visualmente.
  • Gráficos aquém do que o hardware permite em certos momentos; visual técnico inferior ao esperado para alguns comparativos.
  • Falta de vozes em dublagem (no português) ou expressividade em narrações.
  • Algumas repetições de ritmo: entre missões principais, side-quests e desafios, o jogo às vezes retoma fórmulas conhecidas demais.


Conclusão: Vale a pena?

Pokémon Legends: Z-A é uma evolução válida para a franquia. Ele não resolve todos os problemas antigos, nem redefine completamente o que é um jogo de Pokémon, mas entrega o que prometeu com competência: combate dinâmico, mecânicas refrescantes, mundo que merece ser explorado. Para fãs de longa data, é um título que honra expectativas, ainda que com ressalvas técnicas. Para novos jogadores, pode ser uma porta de entrada ideal, especialmente se você busca ação + colecionismo, mais do que contemplação gráfica.

Se tivesse que comparar, say: não chega ao impacto de Arceus em pura inovação, mas aproxima-se bastante, e talvez seja o Pokémon moderno mais divertido desde os jogos que trouxeram Mega Evolução pela última vez.

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