Com novos modos cooperativos, ambientes lúgubres e mecânicas refinadas, Little Nightmares 3 evolui sem perder a essência inquietante que fez a série se destacar.
Little Nightmares 3, desenvolvido pela Supermassive Games, chega em outubro de 2025 para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series, Switch 1 e 2, e PC. A nova entrada da franquia traz um mergulho profundo no sombrio universo de terror psicológico, preservando o que tornou os primeiros jogos cults, mas acrescentando recursos que fazem essa sequência se destacar para quem ama sustos e atmosferas densas.
Enredo, personagens e narrativa
A história coloca Low e Alone como protagonistas, dois amigos tentando escapar de Nowhere, mais precisamente da Espiral, um conjunto de locais perturbadores carregados de ilusão e perigo. A narrativa segue a linha silenciosa: quase sem diálogos formais ou cutscenes explicativas. Quem narra é o ambiente, os objetos, sons, sombrias animações, tudo exige atenção aos detalhes para montar o que está por trás do terror.
Essa ausência de falas faz com que cada jogador interprete o que vive de modo diferente, aumentando a imersão.
Jogabilidade e mecânicas novas
O modo cooperativo online é, sem dúvida, o grande diferencial nesta edição. Pela primeira vez na série, você pode jogar com um amigo usando o “Passe de Amigo”, mesmo que apenas um possua o jogo. Isso altera bastante a experiência, especialmente em momentos de tensão ou quebra-cabeça que demandam coordenação.
Alternativamente, é possível jogar sozinho, com o segundo personagem sendo controlado pela IA, embora essa versão apresente alguns percalços em situações que exigem reflexo rápido ou uma ação coordenada.
Cada personagem tem habilidades e itens distintos: Low utiliza arco e flecha, Alone manuseia uma chave-inglesa que serve para resolver puzzles climáticos e abrir caminho entre obstáculos.
Os ambientes são cheios de espaços escondidos; explorar além do óbvio traz recompensas. Solve puzzles que jogam com luz, sombra, ilusões visuais, quebra-cabeças que exigem tanto lógica quanto paciência.

Atmosfera, som e visuais
A ambientação é sombrio-poética, com capítulos que variam bastante: de uma necrópole fria até uma fábrica de doces distorcida, passando por festivais macabros (Carnevale) e ambientes institucionais opressivos.
O som ambiente tem papel central: barulhos sutis, ecos, sussurros, estalos, tudo contribui para manter tensão contínua. A trilha sonora funciona bem como complemento, mas é o silêncio e os efeitos de ambiente que frequentemente incomodam, de um jeito bom e assustador.
Visualmente, há cenários lindamente construídos, texturas escuras, uso de luz e sombra bem aproveitado. Mas há momentos em que a renderização atrasa, especialmente em modos que privilegiam qualidade visual, ou quando há muitas partículas ou efeitos no cenário.
Pontos de atenção
Alguns bugs aparecem: personagens presos em partes do cenário, animações com atraso ou efeitos visuais que ficam embaçados.
A lanterna só é liberada depois das fases iniciais, o que pode deixar alguns ambientes especialmente escuros complicados demais para explorar sem a ferramenta.
O modo com IA pode frustrar em momentos decisivos: sua parceira controlada pela máquina pode demorar a reagir ou não executar ações com precisão exigida.
Valor geral e quem deve jogar
Se você já é fã da franquia, vai apreciar que Little Nightmares 3 entrega uma evolução sólida: mantém o terror psicológico, melhora mecânicas de cooperação e acrescenta profundidade à exploração.
Para quem ainda não jogou, este é um ótimo ponto de entrada. A proposta é menos sobre sustos baratos e mais sobre atmosfera, tensão, pequenas descobertas — ideal para jogadores que curtem ambientações densas, puzzles e narrativa silenciosa.
